A estreia da série 1899 acabou gerando um buzz não tão positivo quanto a Netflix esperava. Isso porque a artista Mary Cagnin fez uma thread no Twitter apontando várias similaridades da série com seu quadrinho de 2016, Black Silence. Os produtos da série não se manifestaram nos primeiros dias, mas uma resposta foi dada na manhã dessa segunda-feira (21).
1899 é um mistério da Netflix assinado por Baran Bo Odar e Jantje Friese, os criadores da série Dark. De acordo com a autora brasileira, diversos elementos importantes de sua história estão bem presentes na série.
Como eles teriam acesso ao quadrinho para usar na série?
Mary Cagnin relatou uma participação na Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, no ano de 2017. Na ocasião, a artista brasileira apresentou sua obra e distribuiu versões físicas do quadrinho, inclusive com tradução para o inglês.
A quadrinista aponta diversas semelhanças estéticas e elementos de sua HQ que aparecem na série da Netflix: Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, disse ela no Twitter.
Confira algumas imagens:
O roteirista alemão de 1899, Baran Bo Odar, se manifestou e disse que não conhece o trabalho da artista: “Infelizmente nós não conhecemos a artista, nem seu trabalho ou quadrinhos. Nós nunca roubaríamos de outros artistas, já que nos sentimos artistas. Nós também a procuramos e esperamos que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio”.

É plágio ou não é?
Diversas pessoas se manifestaram nas últimas horas e as opiniões estão dívidas. Um dos motivos de quem afirma que foi apenas uma coincidência é diferença na trama em si. Porém, é bem importante frisarmos que o plágio não se configura somente pelo uso da mesma história de outros artistas. Um perfil no Twitter fez uma lista bem grande de similaridades entre as duas obras:
Elementos gráficos e conceitos também “inspirados” em outras obras também pode configurar plágio sim. Portanto, não é o momento de acusar a artista de qualquer coisa por conta das diferenças entre as obras. Afinal, o problema está exatamente nas semelhanças.
Mary Cagnin disponibilizou sua obra de maneira online e gratuita para leitura e você pode ler clicando aqui. A série 1899 já está disponível na Netflix, então é possível comparar as duas obras e conferir as semelhanças antes de julgar ou atacar qualquer um dos lados.
No fio a seguir, temos a opinião de um advogado comentando o caso. Confira:
Dito isso, fica nosso abraço à artista brasileira pela situação e a torcida para que esse rolo todo se resolva da melhor maneira possível. Trabalhar com quadrinhos de forma independente é um desafio gigante e encarar esse tipo de situação deve tornar esse serviço ainda mais pesado.
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