Legion é diferente. Entre todas séries de heróis que, muitas vezes, sobrevivem somente da fama de seus protagonistas nos quadrinhos, Legion fala de uma forma muito interessante sobre o universo dos X-Men, sem mostrar quase nada do universo dos X-Men. Legion tem muita psicodelia, joguinhos mentais e superpoderes.

Legion fala sobre confusão, problemas mentais e a necessidade da sociedade em diagnosticar como doença algo que ela teme ou não entende.

A primeira diferença de Legion para as outras séries do gênero é a distribuição. Apesar de estar disponível na Netflix, Legion é fruto de uma parceria entre a Marvel e a FX. E isso fica bem evidente no visual da série. E deve ser dito que está tudo bem bonito. Os efeitos estão muito bem aceitáveis se você parar para analisar o nível de poder dos personagens de Legion.

A história

Legion conta a história de David Haller, que nos quadrinhos é filho do Professor Xavier, do universo dos X-Men. Sabendo disso, a primeira temporada te deixa bem confuso se isso é importante ou não. No primeiro episódio já conhecemos o dilema em torno de David e sua condição. Ao mesmo tempo que ele é tratado como mais um paciente esquizofrênico do hospício onde tudo começa, alguns detalhes já mostram que talvez o problema de David não seja sua saúde mental, mas sim uma necessidade da sociedade em abafar o seu poder.

 

A produção

A proposta de Legion é bem interessante. Ela te deixa tão confuso quanto o personagem principal está em relação aos seus poderes (ou a falta deles). Os episódios apresentam pulos constantes entre realidade, sonhos e fantasia e isso deixa tudo cheio de confusão e paranoia. Os personagens principais são mutantes e seus poderes são maravilhosos. E o mais maravilhoso disso é que grande parte dos poderes talvez nem possam ser considerados poderes, visto que sua utilidade pode ser bem questionável.  A série tem momentos de ação bem interessantes e sangrentos, mas seu foco é na batalha interna de David contra seus traumas de infância. Tudo isso contado numa narrativa que envolve terror, suspense e um pouco de ação.

A série usa diversos elementos para contar sua história de uma maneira tão esquizofrênica quanto seu personagem principal. As cores, os cenários, a trilha (que é EXCELENTE) aumentam a sensação de confusão e as referências aos diversos gêneros cinematográficos enriquecem ainda mais Legion.  Para ter uma noção, no mesmo episódio em que temos uma cena de dança no maior estilo Bollywood, também temos uma cena de ação muito bem feita. E olha quem nem vou falar sobre as referências ao cinema mudo para mexer com os sentidos da audiência.

Legion é um trabalho de Noah Hawley, de Fargo, e foi ao ar em 2017. Apesar de mostrar o “X” mais famoso do universo dos quadrinhos, Legion é totalmente diferente de todas as séries baseadas em super-heróis que estamos acostumados.

A primeira temporada de Legion está na Netflix. A segunda temporada já foi lançada.